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BRASIL GESTOR: Como implantar previdência complementar na minha região?

Publicado: 3 de fevereiro de 2022

Última reportagem de série especial apresenta orientações da Secretaria de Previdência Complementar e dos Tribunais de Contas para gestores públicos

Uma ferramenta aliada dos gestores públicos estaduais e municipais para implantar o regime de previdência complementar foi atualizada em 2021: o Guia da Previdência Complementar, uma publicação da Secretaria de Previdência Complementar do Ministério do Trabalho e Previdência. O guia apresenta explicações, contextualização das necessidades, sugestões de procedimentos, recomendações e até “uma minuta de Projeto de Lei para auxiliar os Entes no envio da proposta para as suas Assembleias Legislativas, bem como uma lista de entidades que podem ser contatadas para o oferecimento de planos de benefícios para os seus servidores”. 

ESPECIAL: 600 mil servidores públicos poderão ter previdência complementar nos próximos anos

A implantação de uma previdência complementar aos servidores estaduais e municipais é uma exigência da reforma da previdência aprovada em 2019. Dos 5,5 mil municípios brasileiros, 2,1 mil que têm regimes próprios de aposentadoria dos seus servidores, além dos estados, precisaram primeiro adaptar suas regras à reforma, como elevar a idade mínima de aposentadoria e adotar o novo cálculo para os benefícios.  Depois disso, a missão é implantar e oferecer aos servidores planos de previdência complementar. 

O prazo final para isso, que era novembro de 2021, foi prorrogado para 31 de março de 2022. Até o dia 5 de janeiro de 2022, de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, 47% (1.022) dos 2,1 entes federados tinham conseguido aprovar suas legislações locais criando os planos. 

2,1 mil municípios têm até 30 de junho para implantação de planos de previdência complementar

Dificuldades

Ao final do prazo, os entes da federação que não cumprirem a obrigação poderão perder direito às transferências voluntárias de recursos e avais da União para empréstimos em instituições públicas. O processo de implantação da reforma da previdência nos estados e nos municípios, conforme determinou a Emenda Constitucional 103, começou após a promulgação do novo texto constitucional em novembro de 2019 e foi difícil no início. 

De acordo com os gestores públicos dos governos regionais, o principal obstáculo em 2020 foi a pandemia do novo coronavírus. Em meio à adoção de medidas para lidar com a doença, ainda aconteceram as eleições municipais no final do ano. 

Ajuste na previdência dos servidores interessa a toda população, diz gestor municipal

Superados os momentos agudos da pandemia, os gestores se depararam com outras dúvidas. Como escolher a melhor forma de implantar um plano de previdência complementar nos estados e nos municípios? A primeira questão para a maioria das cidades são os custos altos para criar uma entidade própria. 

As opções menos onerosas para os cofres públicos são as entidades que já operam que podem ajudar a montar um plano exclusivo ou permitir a adesão a um plano já existente nelas. Neste caso, é preciso selecionar entre centenas de entidades fechadas de previdência do mercado. No futuro, ainda haverá à disposição bancos e seguradoras que operam os chamados planos abertos de previdência, mas isso ainda depende de regulamentação. 

Até o início de 2021 faltavam orientações claras sobre como os gestores regionais podiam selecionar no mercado uma entidade apta à parceria. “Eu procurei edital de chamamento de propostas Brasil afora e não achei nenhum. Então a gente construiu o edital, formatou nosso processo seletivo todo dentro das premissas de transparência, imparcialidade, interesse público. Mas sem nenhuma orientação”, contou Daniel Ribeiro, gestor de previdência do município de Salvador. 

Somente em abril de 2021, saiu uma nota técnica da Associação de Tribunal de Contas (Atricon) e foi atualizado o Guia da Secretaria de Previdência do Ministério. 

União de cidades

Em Santa Catarina, a experiência inovadora e diferenciada foi a união de cinco municípios (Blumenau, Brusque, Indaial, Timbó e Pomerode) para fazerem em conjunto a seleção de entidade parceira e a montagem do plano de previdência complementar. Isso permitiu a redução de custos iniciais e a ampliação da escala da operação do plano. 

Criou-se uma comissão especial com representantes dos municípios e da Associação dos Institutos de Previdência de Santa Catarina (ASSIMPASC) que definiu em setembro de 2021 o edital, selecionou a entidade parceira para gestão, assinou convênio de adesão para organização do plano que foi aprovado no final de 2021 pela Superintendência de Previdência Complementar (Previc).

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